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Remígio-PB, Paraíba, Brazil
Mestre em Letras pela UEPB e professor de Língua Portuguesa do ensino médio em escola de tempo INTEGRAL. Meu interesse com esse espaço é poder divulgar e compartilhar com todas e todos minhas atividades escolares e questões objetivas de português para estudos voltados para concursos públicos e o ENEM.

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

EXERCÍCIO DE PORTUGUÊS SOBRE VERBO

Leia o Texto abaixo para responder as questões de 01 a 10:

 O MOLEQUE E O BALAIO

        Todos os domingos ele acordava muito cedo. Às cinco da manhã já estava de pé, chovesse ou fizesse sol. Pulava da “tipoia”, enrolava-a e em seguida pendurava-a no armador da sala, onde dormia. Passava um pouco de água na cara sonolenta, pegava o seu balaio surrado e saía com destino à feira da fruta. No caminho cumprimentava uns, galhofava com outros colegas que já carregavam feiras e ia em frente.

        Alguns caminhões descarregavam abacaxis cujo cheiro adocicado impregnava o ambiente. Em muitos outros pontos, agricultores chegavam com suas éguas trazendo caçuás de bananas maduras que davam água na boca. Homens se espremiam tirando cargas de batata-doce do lombo dos jegues. O barulho da feira já era ouvido de longe. Tinha-se a impressão que o povo só comprava abacaxi, tamanhas eram as rumas que mais pareciam pirâmides auriverdes. E eram muitas.

        Tem frete, dona? Era a voz do pirralho de calças remendadas. Ante a afirmativa da patroa, a cara do menino era sorriso só. A boca, de dentes cariados, mostrava o tamanho da felicidade. Afinal de contas aquela mulher tinha jeito de quem pagava bem, e quem sabe, ainda oferecesse um café com bolo de farinha de trigo na casa dela. Primeiro os abacaxis, depois batata-doce, banana prata, laranja comum e cravo, macaxeira, manga e uma jaca mole pequena. E o balaio enchendo. Você pode mesmo, menino? Estou achando você tão magro. Aquela mulher estava duvidando da coragem? Conjecturava. Estava muito enganada! Vamos ver se pagava bem mesmo... Refletia em seus botões protegidos por rodelinhas de borracha.

        Depois de rodear toda a feira acompanhando a cliente pechinchona, atravessava o Beco do Jacaré e entravam no “comércio” (mercado público). Carne verde, miúdo, farinha, goma de Dona Tereza Gonzaga. E o balaio começava a estalar o fundo de cipó dilatado e gasto pelo sobe e desce dos domingos. Pra encerrar, agora era a vez das verduras. E se não aguentasse o peso? Valha-me Deus! Pensava o guri desconfiado e preocupado com o peso que só aumentava. Só faltava a cliente se engraçar de uma galinha gorda e resolver comprá-la. Era só o que faltava. Desse jeito não tinha quengo de cabeleira militar que aguentasse. Nem mesmo com o auxílio da rodilha de pano. Meu sinhô, me ajude aqui. Um verdureiro alto e forte botava a carga na cabeça. Parecia que o pescoço do coitado tinha sumido entre as costelas aparentes.

        Indicada a direção, seguia os passos apressados da mulher. O pior era a ladeira. Um gemido aqui, outro ali e chegava ao destino. Só dava tempo acertar com a mesa da cozinha e ia logo dizendo: quem me ajuda? Tirado o peso, era um alívio só. As pernas ainda tremiam. O pescoço aos poucos ia voltando ao normal. Um suor frio escorria por todo o corpo magricela, ainda em jejum. Um cheiro de leite fervendo vinha da caçarola destampada no fogão. Ainda bem que nada se amassou, não foi? Dizia o feirante com ares de agrado. Bota café pra ele, Severina. Ordenava a matrona já no quarto onde fora tirar a blusa fedorenta a suor de feira. Mal a ordem era dada e o moleque já estava sentado à mesa, parecendo gente. Arre diabo, queimei a língua. Disse de si para si. A empregada bem que podia ao menos ter avisado que o café estava fervendo. Terminada a refeição, recebia o preço do frete e saía feliz para outra aventura.

        Depois das nove o movimento ia caindo. Algumas feirinhas mais maneiras, e por isso mais baratas ainda haveriam de surgir durante o dia. Lá pras tantas só aparecia batateiro. Só compravam batata para a família, mas tapeavam dizendo que era tudo para os porcos. Só sabiam mentir, isso sim. Além do mais pagavam uma mixaria pelo frete, resmungava o menino.

        Sentado no meio-fio, começava a fazer “o caixa”. Até que o dia não tinha sido tão ruim. Mas ainda restava uma alternativa: juntar casca de jaca para os porcos de Zulmira. Ainda podia render uns trocados. Era pouco, mas servia. Tudo que caísse na rede, era peixe.

        Quando o sol começava a se esconder pras bandas do Jacaré, era hora de voltar para casa. Uma voz disfarçada veio das suas costas: quer levar minha feira, menino? Que safadeza! Era outro moleque brincando de patrão.

Itaporanga/84 (Retirado de: Francisco de Assis Melo. Moleques do Palma. 2009)


1. De acordo com a leitura do texto, pode-se afirmar que 

a) relata as experiências vivenciadas por um narrador personagem infantil. 

b) informa ao leitor os fatos mais importantes de interesse da população. 

c) defende a tese de que criança deve trabalhar desde cedo para conquistar o seu dinheiro.

d) denuncia o trabalho infantil nas cidades interioranas.

e) explica por meio de um narrador personagem o dia a dia de uma criança pobre do interior.


2. De acordo com esse texto, a feira era um lugar

a) de poucas oportunidades de trabalho para as pessoas.

b) que não dispunha de variedade de frutas.

c) de tristeza por causa do trabalho duro.

d) de oportunidades de trabalhos.

e) roubos e exploração de trabalho.


3. No trecho abaixo em destaque é sugerido que o menino terminou seu dia de trabalho

"Sentado no meio-fio, começava a fazer 'o caixa'. Até que o dia não tinha sido tão ruim."

a) conformado

b) desanimado

c) muito feliz

d) com raiva

e) triste


4. No trecho abaixo, a palavra destacada pode ser substituída, sem alterar o sentido do texto, por

“No caminho cumprimentava uns, GALHOFAVA com outros colegas que já carregavam feiras e ia em frente.”

a) brigava

b) brincava

c) resmungava

d) sonhava

e) corria


5. Analise os trechos a seguir:

"No caminho CUMPRIMENTAVA uns, GALHOFAVA com outros [...]"

Os verbos destacados exprimem a noção de tempo:

a) Acabado

b) Impossível

c) Contínuo

d) Indeterminado

e) Hipotético

6. No trecho a seguir o tempo verbal de “pagar” foi usado em desacordo com a gramática normativa. Indique a alternativa que traz a forma correta da flexão verbal:

"Vamos ver se PAGAVA bem mesmo [...]"

a) paga

b) pagará

c) pagaria

d) pagou

e) pagasse


7. No trecho:

"Pra encerrar, agora era a vez das verduras. E se não AGUENTASSE o peso? Valha-me Deus! Pensava o guri desconfiado e preocupado com o peso que só aumentava [...]"

A palavra em destaque está no modo verbal:

a) Indicativo

b) Imperativo

c) Subjuntivo

d) Infinitivo

e) Particípio


8. A locução verbal em destaque no trecho abaixo pode ser substituída sem alterar o sentido do texto pela forma simples:

"A empregada bem que podia ao menos TER AVISADO que o café estava fervendo [...]"

a) avisou

b) avisasse

c) avise

d) avisar

e) avisando


No trecho: "Bota café pra ele, Severina. Ordenava a matrona já no quarto onde FORA tirar a blusa fedorenta a suor de feira."

9. A forma verbal em destaque acima está no tempo:

a) futuro do pretérito

b) pretérito perfeito

c) pretérito imperfeito

d) presente

e) pretérito mais-que-perfeito


10. Assinale a única passagem em que o verbo em destaque está na forma de INFINITIVO:

a) “Até que o dia não tinha SIDO tão ruim”

b) “já estava SENTADO à mesa, parecendo gente”

c) “Um cheiro de leite FERVENDO”

d) “Pra ENCERRAR, agora era a vez das verduras”

e) “Só SABIAM mentir, isso sim”


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EXERCÍCIO DE PORTUGUÊS SOBRE VERBO


quinta-feira, 15 de setembro de 2022

SIMULADO DE PORTUGUÊS SOBRE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO (ENSINO MÉDIO)

POR QUE O XIXI MUDA DE COR?

Ele pode mudar de cor por causa de pigmentos contidos em alguns alimentos e remédios que ingerimos ou em decorrência de alguma doença. Em condições normais, a coloração do xixi varia de um amarelo clarinho, quase transparente, até o amarelo- escuro. Esse tom amarelado vem de três pigmentos sanguíneos — o urocromo, a bilirrubina e a creatinina —, que são filtrados pelos rins enquanto a urina é produzida. Quanto mais água ingerimos, mais diluímos esses pigmentos e, consequentemente, mais claro fica o xixi. Por isso, urina clara é quase sempre sinal de que estamos bem hidratados, diz Cláudio Luders, nefrologista do Hospital das Clínicas, em São Paulo.

(http://mundoestranho.abril.com.br 23/09/2013)

1.      De acordo com o texto, a urina clara quase sempre sinaliza que estamos

 a)      infectados

b)      hidratados.

c)      desidratados.

d)      pigmentados.

e)      ácidos.

 Leia o texto abaixo e responda.

EXISTE VIDA FORA DA TERRA?

Até onde se sabe, não. Não existe nenhuma evidência oficial, já que todos os casos registrados são apenas suposições. Mas isso não desanima os cientistas. “É bastante razoável que exista vida fora da Terra. Só que as probabilidades diminuem quando procuramos por vida inteligente”, conta Samuel Rocha de Oliveira, físico do departamento de Matemática Aplicada da Unicamp. Para achar vida como a conhecemos, mesmo que formas primitivas, planetas com as mesmas características da Terra precisam ser encontrados. Satélites como o Corot e o Kepler caçam essas estruturas e, até junho deste ano, já haviam encontrado 563 delas.

(Mundo Estranho, ed. 114, ano 10, n. 8, ago. 2011, p. 31.)

 

2.      Segundo o texto, pode-se compreender que:

a)      Há vida fora da Terra, mas ainda não foram encontrados seres como do nosso planeta.

b)      Há vida fora da Terra, mas não inteligente como a do nosso planeta.

c)      Não há nenhuma evidência oficial, apenas algumas suposições de vida fora da Terra.

d)      Os satélites que caçam vida fora da terra até hoje não encontraram nenhum tipo de ser parecido com os da Terra e nem planetas parecidos com o nosso.

e)      Já foram identificados 563 que possuem seres vivos, mas não parecidos com a humanidade.

 

Texto para responder as questões 3 e 4:

 


3.      A charge acima satiriza o governo norte-americano (EUA) em relação à guerra na Ucrânia, a partir de:

a)      Os EUA se colocarem contra a invasão da Rússia na Ucrânia.

b)      Do fato dos EUA condenar uma guerra e ao mesmo tempo não citar as guerras que já se envolveu contra outros países.

c)      A questão de os EUA apoiarem a Ucrânia na guerra.

d)      O fato de os EUA serem visto pelo resto do mundo como um país solidário.

e)       A questão de os EUA enviarem apoio militar à Rússia na guerra.

 

4.      A palavra “veementemente” na charge pode ser substituída sem alterar o sentido do texto por: 

a)      impetuosamente

b)      indolentemente

c)      geralmente

d)      inconstitucionalmente

e)      moderadamente

 Textos para responder as questões de 5 a 7:

Texto I:

 


TEXTO II:

MEXA-SE!

Exercícios aliados a uma alimentação saudável reduzem doenças

Iniciar uma nova alimentação ou rotina esportiva não pode ser motivo de desconforto. Muito pelo contrário! Juntas, elas são apontadas como grandes aliadas da saúde e, por consequência, de melhor desempenho no trabalho e na vida social. São inúmeros os estudos que ligam o esporte com os menores índices de depressão e ansiedade nas pessoas. Um deles, realizado pelo Hospital Geral de Massachusetts (MGH), em 2019, por exemplo, utilizou análises genéticas para chegar à conclusão de que pessoas que sofrem destes males eram sedentárias. [...] 

(Disponível em: https://vogue.globo.com/. Acesso em 26 de outubro de 2021.)

5.      Os dois textos falam sobre:

a) humor e emoções

b) saúde emocional

c) qualidade do sono

d) saúde no trabalho

e) alimentação saudável e exercícios físicos

 

6.      Quanto ao gênero textual, o texto I e II classificam-se respectivamente em:

a)      Meme e artigo de divulgação cientifica

b)      Charge e notícia

c)      Meme e notícia

d)      Quadrinhos e artigo de divulgação científica

e)      Entrevista e meme

 

7.      No texto I, verifica-se o humor:

a)      Na expressão facial dos personagens

b)      Na quebra de expectativa do 4º quadrinho.

c)      No fato de o personagem não gostar de exercícios físicos.

d)      No fato de o personagem não gostar de alimentos saudáveis.

e)      Na questão de evitar a morte.

 

8.      A palavra “deles” em destaque no texto II, retoma no texto a palavra:

a)  Índices     

b) trabalhos   

c) inúmeros  

d) estudos

e)  Massachusetts

 

9.      O sinal de exclamação no título do texto II (MEXA-SE!) indica:

a)  um pedido  

b) uma ordem  

c) um obrigação

d) um aviso  

e) uma recomendação 

 

 10.  A relação do uso das palavras BOLACHA e BISCOITO pelos falantes, indica:

a)      “Biscoito” é a forma mais correta.

b)      “Bolacha” é um termo equivocado

c)      Que apenas uma delas é a forma certa.

d)      Questão de variação linguística

e)      Um falante estudou mais que o outro.

“Faça hoje o que vai te dar orgulho amanhã”

GABARITO OFICIAL


1. B

2. C

3. B

4. A

5. E

6. A

7. B

8. D

9. E

10. D

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SIMULADO DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO (ENSINO MÉDIO)