TEXTO 1 para responder às
questões 1 a 5:
O DÉFICIT EM LEITURA NO
BRASIL: REFLEXOS E DESAFIOS
O recente episódio
envolvendo a compra de R$ 10 mil em livros pela ex-BBB Rafa Kalimann e pelo
cantor Nattanzinho para decorar a casa nova deles, reacende uma reflexão
necessária sobre o déficit em leitura no Brasil. A polêmica revela, mais do que
uma questão de gosto ou de escolha individual, um sintoma social: a leitura, no
país, ainda é vista por grande parte da população como um objeto distante,
restrito a fins estéticos ou escolares, e não como uma prática cotidiana de
acesso ao conhecimento e à cultura.
Os dados corroboram
essa realidade. Segundo a 5ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”
(2020), realizada pelo Instituto Pró-Livro, o brasileiro lê, em média, apenas
4,96 livros por ano, sendo que 2,55 desses são lidos integralmente. Além disso,
52% da população se declara como não-leitora. Essa carência está relacionada a
fatores históricos e estruturais, como desigualdade social, baixo investimento
em bibliotecas públicas e ausência de políticas de incentivo à leitura de forma
contínua. Como apontou Paulo Freire, “a leitura do mundo precede a leitura da
palavra”, ou seja, o hábito de ler está intimamente ligado às condições de vida
e à experiência cultural de cada indivíduo.
Outro ponto relevante é
que, mesmo entre leitores ocasionais, a prática da leitura frequentemente se
restringe a textos utilitários — voltados ao estudo ou ao trabalho —, deixando
de lado a fruição literária e o exercício crítico. Marisa Lajolo, estudiosa da
leitura no Brasil, destaca que o livro, quando acessível apenas materialmente,
mas não culturalmente, torna-se um objeto de ostentação ou um símbolo vazio,
incapaz de cumprir sua função formativa. Nesse sentido, a repercussão negativa
sobre a compra de livros para decoração evidencia uma visão reducionista que
desvaloriza tanto o objeto livro quanto o ato de ler.
Diante desse cenário,
superar o déficit em leitura exige políticas públicas efetivas, que envolvam
desde a ampliação do acesso gratuito a obras literárias até a formação de
mediadores de leitura nas escolas e comunidades. Programas como clubes de
leitura, feiras literárias e projetos itinerantes podem aproximar o livro do
cotidiano popular. Como ressaltou Antonio Candido, a literatura é um direito
humano e, portanto, deve ser tratada como um bem essencial, não como um luxo ou
adorno.
Assim, a discussão
gerada pelas manchetes vai além de uma polêmica de internet: ela revela a
urgência de transformar a relação do brasileiro com a leitura, para que o livro
não seja apenas um objeto de decoração, mas um instrumento de transformação
social e emancipação intelectual. Afinal, combater o déficit leitor é também
combater as desigualdades que limitam o pensamento crítico e a cidadania plena.
Fonte: (Jean Rodrigues de
Oliveira, 08/08/2025)
1.
Sobre o texto 1, responda:
a)
Que
gênero textual é este?
b)
Qual
a finalidade deste texto?
c)
Qual
tema é tratado no texto 1?
d)
Qual
ou quais argumento(s) o autor utilizou comprovar a sua opinião?
e)
Segundo
o texto, quais as possíveis causas do brasileiro ler pouco?
2.
Ainda com base no texto 1, explique:
a)
Qual
a tipologia textual predominante no texto 1 (descritiva, narrativa ou
dissertativa)? Por quê?
b)
Qual
é a função da referência ao episódio envolvendo Rafa Kalimann e Nattanzinho na
construção da argumentação?
c)
Qual
o papel dos dados estatísticos apresentados no segundo parágrafo para o
desenvolvimento da ideia central?
d)
Segundo
a pesquisa citada, quais são os principais números que indicam o déficit de
leitura no Brasil?
e)
Quais
soluções o texto propõe para o problema apresentado?
3.
Leia o texto 1 e marque V (verdadeiro) ou F
(falso) para as afirmações a seguir:
( ) O texto é do gênero
dissertativo-argumentativo e apresenta tese, argumentos e conclusão.
( )
Segundo a pesquisa citada, o brasileiro lê, em média, menos de 5 livros por
ano, e mais da metade da população se declara não-leitora.
( ) Para
Paulo Freire, o hábito de ler está desvinculado das condições de vida e da
experiência cultural do indivíduo.
( )
Marisa Lajolo afirma que, quando o livro não é acessível culturalmente, pode se
tornar apenas um objeto de ostentação.
( ) O texto defende que combater o déficit de
leitura contribui para fortalecer o pensamento crítico e a cidadania.
4.No texto 1 diversos recursos linguísticos contribuem para a
coesão textual. Responda o que se pede:
a) Cite dois conectores que indicam adição de
ideias e explique o papel deles na argumentação.
b) Localize no texto um conector que indique
oposição ou contraste e explique o sentido que ele produz no trecho.
c) A expressão “Nesse sentido” aparece no
terceiro parágrafo. Explique a função dela na progressão das ideias.
d) A palavra “Assim”, utilizada no último
parágrafo, cumpre que papel na coesão do texto?
e) Identifique e explique um exemplo de
retomada de ideia por meio de sinônimo ou expressão equivalente ao longo do
texto.
5. A partir da leitura do texto 1, discorra:
a) Explique
a função do sinal de dois-pontos no
trecho “A polêmica revela um sintoma social:
a leitura, no
país, ainda é vista por grande parte da população como um objeto distante,
restrito a fins estéticos ou escolares”, linha 4.
b)No
trecho: “Outro ponto relevante é que, mesmo entre leitores ocasionais”. Qual o significado da palavra
em destaque?
c) Na
passagem: “destaca que o livro, quando acessível apenas materialmente, mas
não culturalmente, torna-se um objeto de ostentação ou um símbolo vazio,
incapaz de cumprir sua função
formativa”. A que palavra ou expressão o termo em destaque refere-se?
d) Em:
“a literatura é um direito humano e, portanto,
deve ser tratada como um bem essencial, não como um luxo ou adorno”.
Substitua a palavra em destaque por outra que não altere o sentido do trecho.
e) Retire
do texto, uma frase que apresenta um FATO e outra uma OPINIÃO.
TEXTO 2 para responder à
questão 6:

6.Que estratégia argumentativa leva o personagem do terceiro
quadrinho a persuadir sua interlocutora?
a) Prova
concreta, ao expor o produto ao consumidor.
b) Consenso,
ao sugerir que todo vendedor tem técnica.
c) Raciocínio
lógico, ao relacionar uma fruta com um produto eletrônico.
d)Comparação,
ao enfatizar que os produtos apresentados anteriormente são inferiores.
e) Indução,
ao elaborar o discurso de acordo com os anseios do consumidor.
TEXTO 3 para responder à
questão 7:

7. Nesse cartaz, a articulação do texto verbal com imagens de
peças de quebra-cabeça corrobora com a estratégia argumentativa de que é
preciso
a) respeitar
as singularidades de cada criança para evitar preconceitos.
b) restringir
brincadeiras para resguardar a criança de riscos.
c) assegurar
proteção às crianças contra os perigos da vida.
d) observar
os comportamentos desafiadores das crianças.
e) enfrentar
os desafios da educação das crianças.
TEXTO 4 para responder à
questão 8:
PROPAGANDA – O exame dos textos e mensagens de
Propaganda revela que ele apresenta posições parciais, que refletem apenas o
pensamento de uma minoria, como se exprimissem, em vez disso a convicção de uma
população; trata-se, no fundo, de convencer o ouvinte ou leitor de que, em
termos de opinião, está fora do caminho certo, e de induzi-lo a aderir às teses
que lhes são apresentadas, por um mecanismo bem conhecido da psicologia social,
o do conformismo induzido por pressões do grupo sobre o indivíduo isolado.
BOBBIP, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G.
Dicionário de política. Brasília: UnB, 1998 (adaptado).
8.De acordo com o texto, as estratégias argumentativas e o
uso da linguagem na produção da propaganda favorecem a
a) reflexão
da sociedade sobre os produtos anunciados.
b) difusão
do pensamento e das preferências das grandes massas.
c) imposição
das ideias e posições de grupos específicos.
d) decisão
consciente do consumidor a respeito de sua compra.
e) identificação
dos interesses do responsável pelo produto divulgado.
TEXTO 5 para responder às questões
9 e 10:
INTENSO E ORIGINAL, SON
OF SAUL RETRATA HORROR DO HOLOCAUSTO
Centenas de filmes
sobre o holocausto já foram produzidos em diversos países do mundo, mas nenhum
é tão intenso como o húngaro Son of Saul, do estreante em longa-metragens
László Nemes, vencedor do Grande Prêmio do Júri no último Festival de Cannes.
Ao contrário da grande
maioria das produções do gênero, que costuma oferecer uma variedade de
informações didáticas e não raro cruza diferentes pontos de vista sobre o
horror do campo de concentração, o filme acompanha apenas um personagem.
Ele é Saul (Géza
Rohrig), um dos encarregados de conduzir as execuções de judeus como ele que,
por um dia e meio, luta obsessivamente para que um menino já morto – que pode
ou não ser seu filho – tenha um enterro digno e não seja simplesmente
incinerado.
Saul percorre
diferentes divisões de Auschwitz à procura de um rabino que possa conduzir o
enterro da criança, e por isso pouco se envolve nos planos de fuga que os
companheiros tramam e, quando o faz, geralmente atrapalha. “Você abandonou os
vivos para cuidar de um morto”, acusa um deles.
Ver toda essa via
crucis é por vezes duro e exige certa entrega do espectador, mas certamente é
daquelas experiências cinematográficas que permanecem na cabeça por muito
tempo.
O longa já está sendo
apontado como o grande favorito ao Oscar de filme estrangeiro. Se levar a
estatueta, certamente não faltará quem diga que a Academia tem uma preferência
por quem aborda a 2ª Guerra. Por mais que exista uma dose de verdade na afirmação,
premiar uma abordagem tão ousada e radical como Son of Soul não deixaria de ser
um passo à frente dos votantes.
Fonte: (Carta Capital. n. 873,
22 out. 2015.)
9.O texto apresentado sobre o filme Son of Saul
caracteriza-se predominantemente como pertencente à tipologia dissertativa,
pois
a) narra,
de forma cronológica, acontecimentos vividos pelo protagonista no campo de
concentração.
b) descreve
minuciosamente os cenários e figurinos presentes na produção cinematográfica.
c) defende
um ponto de vista sobre a originalidade do filme, apresentando argumentos e
avaliações.
d) transcreve
falas e diálogos das personagens para retratar a atmosfera do longa-metragem.
e) relata,
de forma objetiva, dados técnicos e estatísticos sobre a produção e
distribuição do filme.
10.
A resenha é, normalmente, um texto de base argumentativa.
Na resenha do filme Son of Saul, o trecho da sequência argumentativa que se
constitui como opinião implícita é
a) "[...]
do estreante em longa-metragens László Nemes, vencedor do Grande Prêmio do Júri
no último Festival de Cannes".
b) "Ele
é Saul (Géza Rohring), um dos encarregados de conduzir as execuções de judeus
[...]".
c) "[...]
a câmera está o tempo todo com o personagem, seja por sobre seus ombros, seja
como um close [...]".
d) "Saul
percorre diferentes divisões de Auschwitz à procura de um rabino que possa
conduzir o enterro da criança [...]".
e) "[...]
premiar uma abordagem tão ousada e radical como Son of Saul não deixaria de ser
um passo à frente dos votantes".
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1.
a) Artigo de opinião.
b) Discutir e refletir sobre
o déficit de leitura no Brasil, apresentando causas, consequências e possíveis
soluções.
c) O déficit de leitura no
Brasil e seus reflexos sociais e culturais.
d) Uso de dados estatísticos
da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”; citações de autores como Paulo
Freire, Marisa Lajolo e Antonio Candido; relação entre leitura e desigualdade
social; importância da leitura como direito humano.
e) Desigualdade social,
baixo investimento em bibliotecas públicas, ausência de políticas contínuas de
incentivo à leitura, falta de acesso cultural ao livro.
2.
a) Dissertativa, pois
apresenta uma tese, argumentos e conclusão para defender um ponto de vista.
b) Introduzir o tema de
forma contextualizada e provocar reflexão a partir de um fato recente e
polêmico.
c) Comprovar a gravidade do
déficit de leitura e fundamentar a argumentação com evidências concretas.
d) Média de 4,96 livros
lidos por ano; 2,55 lidos integralmente; 52% da população se declara
não-leitora.
e) Políticas públicas
efetivas; ampliação do acesso gratuito a obras; formação de mediadores de
leitura; clubes de leitura; feiras literárias; projetos itinerantes.
3.
(V)
(V)
(F)
(V)
(V)
4.
a) Conectores de adição:
“além disso”, “e” — ambos acrescentam novas informações que reforçam a
argumentação.
b) Conector de oposição:
“mas” — introduz contraste entre a visão estética do livro e sua função
formativa.
c) “Nesse sentido” — retoma
a ideia anterior para relacionar com a consequência ou implicação apontada,
criando ligação lógica.
d) “Assim” — indica
conclusão, apresentando a síntese final da argumentação.
e) Retomada por sinônimo:
“déficit em leitura” e “carência” — referem-se ao mesmo problema, mantendo
coesão e evitando repetição excessiva.
5.
a) Os dois-pontos introduzem
uma explicação ou esclarecimento do termo “sintoma social”.
b) “Ocasional” significa
“esporádico”, “que acontece de vez em quando”.
c) O termo “sua” refere-se a
“o livro”.
d) Substituição de
“portanto” por “assim” ou “dessa forma”.
e) FATO: “Segundo a
pesquisa ‘Retratos da Leitura no Brasil’ (2020), o brasileiro lê, em média,
apenas 4,96 livros por ano.”
OPINIÃO: “Combater o déficit leitor é
também combater as desigualdades que limitam o pensamento crítico e a cidadania
plena.”
6. E
7. A
8. C
9. C
10. E
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