Tema de redação ENEM 2025: “PERSPECTIVAS ACERCA DO ENVELHECIMENTO NA SOCIEDADE BRASILEIRA”
A
música “Se você é jovem ainda”, conhecida pelo seriado “Chaves”,
aborda de maneira leve um processo inevitável: o envelhecimento. Ao afirmar que
“amanhã velho será”, a canção chama atenção para uma verdade que, embora óbvia,
muitas vezes é ignorada pela sociedade brasileira, que ainda romantiza ou
estigmatiza a velhice. Em um país que envelhece rapidamente, torna-se essencial
discutir as perspectivas sociais e institucionais que moldam a forma como os
idosos são percebidos e tratados. Nesse sentido, compreender os desafios e
propor ações efetivas é fundamental para garantir dignidade na terceira idade.
Em primeira análise, percebe-se que o
envelhecimento ainda é permeado por estereótipos que associam a velhice à
fragilidade e à inutilidade. Esse imaginário social, influenciado por um padrão
cultural que valoriza a juventude acima de tudo — como analisado pelo filósofo
Zygmunt Baumann ao tratar da modernidade líquida, que descarta o que não é mais
“útil” — reforça práticas de etarismo e exclusão social. Sob esse viés, longe
de ser apenas um processo biológico, envelhecer no Brasil muitas vezes
significa enfrentar limites impostos pelo preconceito e pela falta de
integração social. Dessa forma, percebe-se que o problema em questão exige medidas
urgentes e eficazes.
Além disso, outro ponto relevante diz
respeito à insuficiência de políticas públicas que garantam autonomia ao idoso.
Embora exista o Estatuto do Idoso, sua aplicação prática ainda é limitada. A
carência de espaços de convivência e de profissionais capacitados em geriatria,
somada à pouca valorização da velhice, dificulta a participação ativa dessa
população. Ademais, a escola raramente discute a temática do envelhecimento, o
que contribui para a reprodução de preconceitos entre os jovens. Deste modo, faz-se
necessário preparar desde cedo as futuras gerações para conviver e respeitar as
diferentes etapas do ciclo da vida.
Portanto,
ações integradas são necessárias para aprimorar a forma como o Brasil pensa e
age acerca do envelhecimento. Para isso, o Ministério
da Saúde, em parceria com as Secretarias
Municipais de Assistência Social, deve criar
centros comunitários de envelhecimento ativo, oferecendo
atividades físicas adaptadas, oficinas de prevenção em saúde e grupos de
convivência. Paralelamente, o Ministério da
Educação deve inserir projetos
pedagógicos sobre envelhecimento e respeito intergeracional nas escolas —
importante agente de formação cidadã —, por meio de palestras
com profissionais da saúde, debates e atividades de integração com idosos da
comunidade. Essas ações, quando executadas de forma contínua, devem promover
autonomia, reduzir o etarismo e fortalecer a convivência social. Logo, será
possível garantir que, mesmo com o avanço da idade, cada indivíduo mantenha “a
juventude que nunca morrerá” em seu coração, como defende a canção do Chaves.
Fonte: (Professor Jean
Rodrigues de Oliveira, 14/11/2025)
1. Sobre o tema “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”, reflita:
a) Como os estereótipos associados à
velhice influenciam a forma como a sociedade trata a população idosa?
b) Quais são os principais desafios enfrentados pelos idosos no Brasil em relação ao acesso a serviços de saúde de qualidade?
c) De que maneira o aumento da expectativa
de vida impacta as relações familiares e sociais contemporâneas?
d) Como a educação pode contribuir para a construção de uma cultura social que valorize o envelhecimento?
e) Quais políticas públicas são essenciais
para garantir autonomia e dignidade para a população idosa?
2. Agora, a partir da leitura do texto, responda:
a) Qual estratégia o autor usou para contextualizar o tema?
b) Qual a tese defendida logo a partir da introdução?
c) Que expressão conectiva o autor utilizou para relacionar o segundo parágrafo com a introdução?
d) Segundo o autor, o que contribui para o preconceito e a exclusão dos idosos no Brasil?
e)
Quem
o autor citou no 2º parágrafo e com qual finalidade?
3. Releia o terceiro parágrafo do texto e responda:
a) Explique o argumento utilizado pelo autor nesse parágrafo.
b) Que expressão coesiva, o autor usou para conectar o terceiro parágrafo com o segundo?
c) O que ele traz como repertório sociocultural para embasar o seu argumento?
d) Pesquise e apresente ao professor de forma breve o que é o Estatuto do Idoso e um pouco de sua história de criação.
e) Explique o
efeito de sentido do conectivo “Ademais” e apresente um sinônimo dele.
4. Sobre o parágrafo de conclusão, explique:
a) Qual a parceria proposta pelo autor?
b) Qual a função dos centros comunitários de envelhecimento ativo?
c) Qual o papel das escolas nesta proposta?
d) Pesquise o que é “etarismo”, citado na conclusão.
e)
O
que o autor do texto espera, caso a sua proposta seja colocada em prática?
5. O primeiro parágrafo de desenvolvimento aponta estereótipos relacionados à velhice. A argumentação do texto associa essa visão à:
a)
valorização crescente da experiência dos idosos no mercado de trabalho.
b)
expansão de políticas que fortalecem a autonomia da pessoa idosa.
c)
lógica de descartabilidade da sociedade contemporânea discutida por Bauman.
d)
diminuição progressiva do etarismo na cultura brasileira.
e)
consolidação da imagem positiva da velhice pela mídia.
6. A referência ao Estatuto do Idoso no segundo parágrafo de desenvolvimento tem como objetivo:
a)
provar que os direitos dos idosos são sempre plenamente aplicados.
b)
reforçar que a legislação brasileira é suficiente e dispensa novas políticas.
c)
demonstrar a desconexão entre direitos garantidos e sua efetiva implementação.
d)
apresentar a velhice como responsabilidade exclusiva da família.
e)
defender que o envelhecimento deve ser tratado apenas no âmbito privado.
7. A proposta de intervenção apresentada no texto atende aos critérios da Competência 5 do ENEM, pois:
a)
apresenta um agente genérico e ações vagas, sem detalhamento.
b)
indica agentes específicos, ações concretas, meios de execução e efeitos
esperados.
c)
restringe-se à discussão cultural, sem ações práticas para resolver o problema.
d)
transfere toda a responsabilidade da intervenção apenas para as escolas.
e)
propõe soluções inviáveis ou incompatíveis com a realidade brasileira.
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GABARITO OFICIAL:
1.
a) Os estereótipos associados à velhice — como fragilidade, dependência e inutilidade — fazem com que os idosos sejam vistos como incapazes, o que resulta em marginalização, desvalorização e práticas de etarismo. Isso afeta o acesso ao mercado de trabalho, à participação social e ao respeito às suas experiências.
b) Os principais desafios incluem: demora no atendimento médico, falta de profissionais especializados em geriatria, dificuldade de acesso a medicamentos, infraestrutura inadequada nos serviços públicos de saúde e ausência de programas de prevenção.
c) O aumento da expectativa de vida altera a dinâmica familiar ao exigir maior tempo de cuidado, reestrutura a economia doméstica e social e estimula novos modelos de convivência entre gerações. Além disso, influencia políticas públicas, previdência e mercado de trabalho.
d) A educação pode formar cidadania desde cedo ao promover debates sobre envelhecimento, respeito intergeracional e combate ao etarismo, contribuindo para a construção de uma sociedade que valorize todas as fases da vida.
e) São essenciais:
ampliação dos centros de convivência, fortalecimento da atenção básica em
saúde, políticas de inclusão digital, programas de apoio ao cuidador,
transporte público acessível e efetiva aplicação do Estatuto do Idoso.
2.
a) O autor utilizou uma música popular (“Se você é jovem ainda”, do seriado Chaves) para introduzir e contextualizar o tema de forma leve, criando uma ponte entre cultura popular e a discussão sobre envelhecimento.
b) A tese defendida é que o envelhecimento no Brasil enfrenta estigmas sociais e insuficiência de políticas públicas, exigindo ações urgentes e integradas para garantir dignidade aos idosos.
c) A expressão conectiva usada foi: “Em primeira análise”.
d) Contribuem para o preconceito e a exclusão: estereótipos sociais que associam velhice à inutilidade; lógica cultural que supervaloriza a juventude; influência da modernidade líquida analisada por Bauman; falta de integração social.
e) O autor citou
Zygmunt Bauman para embasar teoricamente a crítica à descartabilidade social,
reforçando a ideia de que idosos são excluídos em uma sociedade que valoriza
apenas o “útil”.
3.
a) O argumento é que, apesar do Estatuto do Idoso, há falhas na implementação prática dos direitos. A falta de profissionais especializados, ausência de espaços de convivência e escassez de debates educacionais contribuem para a desvalorização da velhice.
b) O conectivo é “Além disso”.
c) O repertório sociocultural utilizado é a referência ao Estatuto do Idoso, legislação que garante direitos, mas cuja aplicação é insuficiente.
d) Estatuto do Idoso foi criado pela Lei nº 10.741 de 2003, é um conjunto de normas que assegura direitos fundamentais à pessoa com 60 anos ou mais. Surgiu como resposta às crescentes demandas sociais por proteção dessa população e consolidou garantias nas áreas de saúde, previdência, lazer, assistência social e combate à violência.
e) O conectivo
“Ademais” introduz uma ideia adicional que reforça o argumento anterior. Sinônimo:
“Além disso”, “Além do mais”, “Outrossim”.
4.
a) A parceria proposta envolve o Ministério da Saúde e as Secretarias Municipais de Assistência Social, além do Ministério da Educação trabalhando em conjunto com as escolas.
b) Os centros comunitários têm como função oferecer atividades físicas adaptadas, oficinas de saúde preventiva e convivência social, promovendo autonomia e bem-estar físico, mental e emocional.
c) As escolas devem trabalhar o respeito intergeracional, realizar debates, palestras e aproximar alunos e idosos, contribuindo para a formação cidadã e para a redução do etarismo.
d) Etarismo é o preconceito ou discriminação baseada na idade, especialmente contra pessoas idosas, manifestado em atitudes, exclusões e práticas sociais que desvalorizam o envelhecimento.
e) O autor espera que as propostas reduzam o etarismo, promovam autonomia e fortaleçam a convivência social, garantindo que o idoso mantenha dignidade e vitalidade.
5. C
6. C
7. B

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