Texto I
Os idiomas e suas regras são coisas vivas, que vão se modificando de maneira dinâmica, de acordo com o momento em que a sociedade vive. Um exemplo disso é a adoção do termo “maratonar”, quando os telespectadores podem assistir a vários ou a todos os episódios de uma série de uma só vez. Contudo, ao que parece, a plataforma Netflix não quer mais estar associada à “maratona” de séries. A maior razão seria a tendência atual que as gigantes da tecnologia têm seguido para evitar o consumo excessivo e melhorar a saúde dos usuários.
(Disponível em https://www.tecmundo.com.br/ internet/133690-voce-notou-net flix-pareceevitando-termo-maratonar.htm. Acessado em 01/06/2019.)
Texto II
a) esclarece o significado do neologismo “maratonar” como esforço físico exaustivo, derivado de “maratona”.
b) deprecia a definição de “maratona” como ação contínua de superação de dificuldades e melhoria da saúde.
c) reflete sobre o impacto que a falta de exercícios físicos e a permanência em casa provocam na saúde.
d) menospreza o uso do termo “maratonar” relacionado a um estilo de vida sedentário, antagônico a maratona.
e) aceita o novo significado de “maratonar” de forma passiva e sem questionamentos.
Leia o texto a seguir e responda às questões 2 e 3.
(Disponível em https://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/globo-adotaboa-noticia-e-que-para.html. Acessado em 01/03 /2019.)
2. Considerando a matéria apresentada no jornal, o uso da conjunção
adversativa “MAS” seguido da expressão “a boa notícia é que” permite ao
jornalista
a) apontar a gravidade da notícia e compensá-la.
b) expor a neutralidade da notícia e
reforçá-la.
c) minimizar a relevância da notícia e
acentuá-la.
d) revelar a importância da notícia e
enfatizá-la.
e) apontar a gravidade da notícia e piorá-la.
3. Para se referir a matérias jornalísticas televisivas que informam e, ao mesmo tempo, entretêm os espectadores, o autor cria um neologismo (INFOTENIMENTO) por meio de
a) derivação prefixal.
b) composição por justaposição.
c) composição por aglutinação.
d) derivação imprópria.
e) redução.
Leia o texto a seguir e responda às questões 4 e 5.
O homem velho deixa a vida e morte para trás
Cabeça a prumo, segue rumo e nunca, nunca mais
O grande espelho que é o mundo ousaria refletir
os seus sinais
O homem velho é o rei dos animais
A solidão agora é sólida, uma pedra ao sol
As linhas do destino nas mãos a mão apagou
Ele já tem a alma saturada de poesia, soul e
rock’n’roll
As coisas migram e ele serve de farol
A carne, a arte arde, a tarde cai
No abismo das esquinas
A brisa leve traz o olor fugaz
Do sexo das meninas
Luz fria, seus cabelos têm tristeza de néon
Belezas, dores e alegrias passam sem um som
Eu vejo o homem velho rindo numa curva do
caminho de Hebron
E ao seu olhar tudo que é cor muda de tom
Os filhos, filmes, ditos, livros como um
vendaval
Espalham-no além da ilusão do seu ser pessoal
Mas ele dói e brilha único, indivíduo,
maravilha sem igual
Já tem coragem de saber que é imortal
(CAETANO VELOSO. Disponível em: caetanoveloso.com.br)
4.
A letra da canção de Caetano Veloso também oferece uma
reflexão acerca da velhice. Em relação ao tema do envelhecimento, o principal
objetivo do poeta é:
a) expor seus desafios para a juventude
b)
refletir
a carga de experiência de vida acumulada ao logo dos anos
c)
narrar
sua história através dos tempos
d)
destacar
seus efeitos sobre a sociedade
e)
minimizar
a importância que a velhice causa na vida das pessoas
5. Reveja os versos a seguir:
“O homem velho é o rei dos animais”
(v. 4)
“As coisas migram e ele serve de farol” (v. 8)
As metáforas sublinhadas nos dois versos acima veiculam,
respectivamente, as ideias de:
a) arrogância − magnitude
b)
sabedoria
− experiência
c)
sagacidade
− inspiração
d)
poder
– fraqueza
e) imponência
– orientação
Observe o texto a seguir para responder a questão 6:
O VERBO NO INFINITO
Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar
Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.
E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito
E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito...
(VINICIUS DE MORAES)
6. O título e o último verso do poema se referem ao verbo no infinito, enquanto todos os verbos do poema se mostram na forma infinitiva. Este jogo de palavras com a gramática da língua portuguesa é possível porque a forma verbal infinitiva expressa uma ação que aponta para a seguinte ideia:
a)
abstração
do tempo
b)
modificação
do sujeito
c)
reiteração
do argumento
d)
transformação
do contexto
e)
enganação
de si mesmo
Observe o texto a seguir para responder a questão 7:
7. No cartum, há uma alusão aos “rolezinhos”, manifestações em que jovens, em geral oriundos de periferias, formam grandes grupos para circular dentro de shoppings. Com base no diálogo entre os guardas e nos elementos visuais que compõem o cartum, é possível inferir uma crítica do cartunista baseada no seguinte fato:
a)
os
jovens se descontrolam em grupos muito numerosos
b)
os
guardas pertencem à mesma classe social dos jovens
c)
os
guardas hesitam no cumprimento de medida repressiva
d)
os
jovens ameaçam as atividades comerciais dos shoppings
e)
os
jovens causam estranheza a todos os guardas em geral
Leia o texto abaixo para responder a questão 8:
HIPERTEXTOS
O hipertexto permite –
ou, de certo modo, em alguns casos, até mesmo exige – a participação de
diversos autores na sua construção, a redefinição dos papéis de autor e leitor
e a revisão dos modelos tradicionais de leitura e de escrita. Por seu enorme
potencial para se estabelecerem conexões, ele facilita o desenvolvimento de
trabalhos coletivamente, o estabelecimento da comunicação e a aquisição de
informação de maneira cooperativa.
Embora haja quem
identifique o hipertexto exclusiva – mente com os textos eletrônicos,
produzidos em determinado tipo de meio ou de tecnologia, ele não deve ser
limitado a isso, já que consiste numa forma organizacional que tanto pode ser
concebida para o papel como para os ambientes digitais. É claro que o texto
virtual permite concretizar certos aspectos que, no papel, são praticamente
inviáveis: a conexão imediata, a comparação de trechos de textos na mesma tela,
o “mergulho” nos diversos aprofundamentos de um tema, como se o texto tivesse
camadas, dimensões ou planos.
(RAMAL, A. C. Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.)
8. Considerando-se a linguagem específica de cada sistema de comunicação,
como rádio, jornal, TV, internet, segundo o texto, a hipertextualidade
configura-se como um(a)
a) elemento originário dos textos eletrônicos.
b)
conexão
imediata e reduzida ao texto digital.
c)
novo
modo de leitura e de organização da escrita.
d)
estratégia
de manutenção do papel do leitor com perfil definido.
e)
modelo
de leitura baseado nas informações da superfície do texto.
Leia o texto abaixo para responder as questões 9 e 10:
MEDO E VERGONHA
O medo é um evento
poderoso que toma o nosso corpo, nos põe em xeque, paralisa alguns e atiça a
criatividade de outros. Uma pessoa em estado de pavor é dona de uma energia
extra capaz de feitos incríveis.
Um amigo nosso, quando
era adolescente, aproveitou a viagem dos pais da namorada para ficar na casa dela.
Os pais voltaram mais cedo e, pego em flagrante, nosso Romeu teve a brilhante ideia
de pular, pelado, do segundo andar. Está vivo. Tem hoje essa incrível história
pra contar, mas deve se lembrar muito bem da vergonha.
Me lembrei dessa
história por conta de outra completamente diferente, mas na qual também vi meu
medo me deixar em maus lençóis.
Estava caminhando pelo
bairro quando resolvi explorar umas ruas mais desertas. De repente, vejo um
menino encostado num muro. Parecia um menino de rua, tinha seus 15, 16 anos e, quando
me viu, fixou o olhar e apertou o passo na minha direção. Não pestanejei. Saí
correndo. Correndo mesmo, na mais alta performance de minhas pernas.
No meio da corrida,
comecei a pensar se ele iria mesmo me assaltar. Uma onda de vergonha foi me
invadindo. O rapaz estava me vendo correr. E se eu tivesse me enganado? E se
ele não fosse fazer nada? Mesmo que fosse. Ter sido flagrada no meu medo e
preconceito daquela forma já me deixava numa desvantagem fulminante.
Não sou uma pessoa medrosa
por excelência, mas, naquele dia, o olhar, o gesto, alguma coisa no rapaz
acionou imediatamente o motor de minhas pernas e, quando me dei conta, já
estava em disparada.
Fui chegando ofegante a
uma esquina, os motoristas de um ponto de táxi me perguntaram o que tinha
acontecido e eu, um tanto constrangida, disse que tinha ficado com medo. Me contaram
que ele vivia por ali, tomando conta dos carros. Fervi de vergonha.
O menino passou do
outro lado da rua e, percebendo que eu olhava, imitou minha corridinha, fazendo
um gesto de desprezo. Tive vontade de sentar na guia e chorar. Ele só tinha me olhado,
e o resto tinha sido produto legítimo do meu preconceito.
Fui atrás dele. Não consegui carregar tamanha bigorna pra casa. “Ei!” Ele demorou a virar. Se eu pensava que ele assaltava, ele também não podia imaginar que eu pedisse desculpas. Insisti: “Desculpa!” Ele virou. Seu olhar agora não era mais de ladrão, e sim de professor. Me perdoou com um sinal de positivo ainda cheio de desprezo. Fui pra casa pelada, igual ao Romeu suicida.
(Denise Fraga folha.uol.com.br, 08/01/2013)
9. No primeiro parágrafo, apresentam-se algumas características do medo, quase todas positivas, mas se omite uma de suas características negativas, tematizada no decorrer do texto. Esta característica negativa do medo é a de:
a)
basear-se
em fatos
b)
ter
vergonha do sentimento
c)
reforçar
um constrangimento
d)
ter
medo de ser assaltado(a)
e)
ser
motivado por preconceito
10. “Seu olhar agora não era mais de ladrão, e sim de professor”. (l. 29)
A frase deixa subentendida a ideia de que o menino foi capaz de ensinar, pelo exemplo, algo à autora. Esse ensinamento dado pelo menino está ligado à capacidade de:
a) desprezar
b)
desculpar-se
c)
arrepender-se
d) perdoar
e) lamentar-se
GABARITO OFICIAL
1.
D
2.
A
3.
C
4.
B
5.
E
6.
A
7.
B
8.
C
9.
E
10.
D
Postar um comentário