Leia o texto 1 abaixo:
Redes sociais x vida real: a fábrica de ilusões da
vida perfeita
Em redes sociais, os chamados “digital
influencers”, ou somente “influencers”, estão sempre felizes e pregam a
felicidade como um estilo de vida. Essas pessoas espalham conteúdo para
milhares de seguidores, principalmente no Instagram, rede de compartilhamento
de fotos e vídeos, que permite aplicar filtros digitais nas fotos e
compartilhá-los em outras redes sociais.
Os influencers ditam tendência e estão sempre mostrando um estilo de
vida sonhado por muitos, como o corpo esbelto, viagens incríveis, casas
deslumbrantes, carros novos e alegria em tempo integral. Algo bem improvável de
ocorrer o tempo todo, aponta Carla Furtado, mestre em psicologia e fundadora do
Instituto “Feliciência”. “A diferença entre a felicidade autêntica, legítima e
real e a felicidade postada nas redes é abismal. Porque a felicidade, tal qual
nós abordamos via psicologia positiva, é uma experiência intrínseca, interna,
que pode, claro, ser manifestada, mas nada tem a ver com a ostentação de
felicidade”, afirma a pesquisadora. A chamada psicologia positiva é o campo da
psicologia que investiga a felicidade e os vários aspectos positivos da experiência
humana.
A problemática pode surgir com a busca incessante por essa felicidade,
que gera efeitos colaterais em quem consome diariamente a "vida
perfeita" de outros. Daí vem o conceito de positividade tóxica: a
expressão tem sido usada para abordar uma espécie de pressão pela adoção de um
discurso positivo aliada a uma vida editada para as redes sociais, avalia a
profissional.
A fábrica de ilusões da
vida perfeita exibida em alguns perfis das redes sociais na internet, reforçam
a sensação de que a grama do vizinho é sempre mais verde que a nossa; que nós
poderíamos estar onde não estamos; fazer o que não fazemos; comprar o que não
precisamos.
A
necessidade de aprovação dos outros, da imagem perfeita, de ser reconhecido, da
felicidade constante, faz com que a vida na rede social afasta-se cada vez mais
da realidade.
Vidas forjadas em troca de curtidas e comentários, mas que por trás da cortina
impera uma realidade bem diferente da mostrada. No final das contas, será que o
vazio de uma vida cheia de felicidade inventada vale a pena? Será que a
felicidade se tornou uma obrigação? É impossível ser feliz o tempo inteiro,
isso todo mundo sabe. Todos passamos por aborrecimentos, frustrações, desânimo,
tristeza. Mas, nas redes sociais, isso nem sempre é evidenciado.
Um estudo realizado em
Londres (University College London) com quase 11mil jovens, concluiu que as
garotas são duas vezes mais propensas a apresentarem sintomas depressivos. Três
quartos dessas meninas são diagnosticadas com depressão e problemas com autoestima.
Além disso, apresentaram insatisfação com a própria imagem e insônia, devido a
relação com aplicativos.
Outro
estudo realizado em Londres (Royal Society for Public Health) com 1.500 pessoas
de 14 e 24 anos concluiu que taxas de ansiedade e depressão aumentaram em 70%
nos últimos anos.
Este estudo foi batizado de status da mente (#statusofmind); ele avaliou o
Instagram como o mais nocivo ao psicológico dos adolescentes. Podemos observar
que alguns transtornos mentais podem ser desencadeados a partir das redes
sociais. Elas agem como gatilho para a depressão e a ansiedade;
A depressão pode surgir
quando a pessoa fica exposta a um padrão de vida que foge da sua realidade,
além de reforçar a solidão, pois quanto mais tempo nas redes sociais, menos a
pessoa quer sair, fazendo com que as interações sejam cada vez mais pobres e
superficiais. A ansiedade surge desse entretenimento constante sem
interrupções, gerando, portanto, um excesso de informações.
Os problemas
relacionados a imagem surgem desse padrão do corpo perfeito imposto pela
sociedade e seguido à risca por muitos perfis na internet. Dicas de dietas,
treinos e vida saudável, compartilhados nem sempre por profissionais sérios e
sem estudo individual, podem ser maléficos a saúde física e mental. O corpo
perfeito exibido com muito foco, força e fé muitas vezes vem mascarado por
problemas sérios e rotinas rígidas nas quais não é exposto ao seguidor.
No entanto, precisamos
entender que a felicidade está nas coisas simples da vida e cabe a cada pessoa
descobrir o que de fato lhe deixa feliz. Clichê? Pode ser, mas é verdade.
Preocupados com esse assunto, três universidades brasileiras (Pernambuco,
Brasília, Rio Grande do Sul) já disponibilizam a cadeira chamada felicidade.
Mas se você acha que o objetivo é mostrar que se pode ser feliz o tempo todo,
se enganou. O grande objetivo é trabalhar emoções positivas e ajudar os alunos
a construírem hábitos e práticas que gerem felicidade.
Contudo, nas redes
sociais as pessoas mostram o que elas gostariam de ser mas nem sempre são.
Primeiramente, editar a própria vida demonstra uma busca para esconder um
vazio, seja ele de insegurança, abandono, baixa autoestima.
Portanto, existe um
limite entre o virtual e o real; ele precisa ser respeitado para que possamos
manter nossa saúde mental. A psicoterapia é uma forte aliada para que possamos
reconhecer nossa essência e encontrar equilíbrio nas obrigações do cotidiano. Além
disso, para que encontremos o prazer e a felicidade nessa grande jornada que é
a vida.
(Fonte: Psic. Juliana Bolsson - Mestre em Psicologia Clínica. Disponível em: https://psicoter.com.br/ (adaptado) 23/04/2019.)
1. Após a leitura do texto 1, responda de forma sincera:
a) O que é felicidade?
b)
O
que te deixa feliz?
c) Com qual frequência você entra nas redes sociais?
d) Com qual frequência você se expõe nas redes sociais?
e) Quais sentimentos manifestam-se em você quando navega pelas redes sociais?
2. Explique a partir do texto:
a) Qual o papel nas redes sociais dos chamados “digital influencers”?
b) O que seria Positividade tóxica?
c) Qual a relação entre a depressão e o uso exaustivo de redes sociais?
d) Para o texto, o que seria uma vida editada?
e)
Qual
a recomendação final da autora do texto?
3. A finalidade do texto 1, é:
a)
Descrever
os sentimentos que as redes sociais podem despertar nas pessoas.
b)
Narrar
situações presentes nas redes sociais e comparar com a vida real.
c) Apresentar
e discutir os efeitos negativos que as redes sociais estão causando nas
pessoas.
d)
Apenas
expor os efeitos negativos que as redes sociais estão causando nas pessoas.
e)
Vender
um estilo de vida perfeito necessários a toda a sociedade.
4. Pelas características
do texto lido, considera-se que ele
se enquadra no gênero:
a) notícia
b) artigo
c) reportagem
d) editorial
e) resenha
5. De acordo com o texto I, as redes sociais são uma fábrica de ilusões porque:
a)
Espalham conteúdo para milhares de seguidores.
b)
os chamados “digital influencers” estão sempre
felizes e pregam a felicidade como um estilo de vida.
c)
Os
influencers ditam tendência e estão sempre mostrando um estilo de vida sonhado
por muitos.
d)
A necessidade de aprovação dos outros, da imagem
perfeita, de ser reconhecido, da felicidade constante, faz com que a vida na
rede social afasta-se cada vez mais da realidade.
e)
Resulta em vidas forjadas em troca de curtidas e
comentários.
6. O trecho do texto que apresenta uma OPINIÃO da autora é:
a)
Um
estudo realizado em Londres concluiu que as garotas são duas vezes mais
propensas a apresentarem sintomas depressivos.
b)
três
universidades brasileiras (Pernambuco, Brasília, Rio Grande do Sul) já
disponibilizam a cadeira chamada felicidade
c)
Outro
estudo realizado em Londres concluiu que taxas de ansiedade e depressão
aumentaram em 70% nos últimos anos.
d)
estudo
realizado em Londres avaliou o Instagram como o mais nocivo ao psicológico dos
adolescentes.
e)
precisamos
entender que a felicidade está nas coisas simples da vida e cabe a cada pessoa
descobrir o que de fato lhe deixa feliz.
7. Na construção desse texto, a autora se vale de estratégias argumentativas bastante comuns a esse gênero. Assinale a única que NÃO está presente no texto.
a)
Citação de autoridade no assunto.
b)
Refutação.
c)
Citação de pesquisas.
d)
Causa e consequências.
e)
Perguntas retóricas.
8. No trecho:
Essas pessoas
espalham conteúdo para milhares de seguidores, principalmente no Instagram,
rede de compartilhamento de fotos e vídeos, que permite aplicar filtros
digitais nas fotos e compartilhá-los
em outras redes sociais. |
Considerando os operadores de retomada de informações nos textos, a expressão em destaque refere-se à(ao):
a)
Fotos
e vídeos
b)
Essas
pessoas
c)
Conteúdo
d)
Milhares
de seguidores
e)
Filtros
digitais
9. Quais figuras de linguagem há no título do texto 1 (Redes sociais x vida real: a fábrica de ilusões da vida perfeita)?
a)
Metáfora
e paradoxo
b)
Metáfora
e metonímia
c)
Paradoxo
e comparação
d)
Hipérbole
e metáfora
e)
Prosopopeia
e eufemismo
10. Assinale a palavra que não faz parte do mesmo campo semântico das demais:
a)
aborrecimentos
b)
alegria
c)
frustrações
d)
desânimo
e)
tristeza
GABARITO OFICIAL
RESPOSTAS
1.
A)
RESPOSTA PESSOAL
B)
RESPOSTA PESSOAL
C)
RESPOSTA PESSOAL
D)
RESPOSTA PESSOAL
E)
RESPOSTA PESSOAL
2.
A)
estão sempre felizes e pregam a felicidade como
um estilo de vida, ditam tendência e estão sempre mostrando um estilo de vida
sonhado por muitos.
B)
uma espécie de pressão pela adoção de um
discurso positivo aliada a uma vida editada para as redes sociais.
C)
A depressão pode surgir quando a pessoa fica
exposta a um padrão de vida que foge da sua realidade, além de reforçar a
solidão, pois quanto mais tempo nas redes sociais, menos a pessoa quer sair,
fazendo com que as interações sejam cada vez mais pobres e superficiais
D)
Significa sempre mostrar alegria e bons momentos
nas redes sociais, mesmo que no íntimo a pessoa não está feliz.
E)
Ela recomenda os usuários estabelecerem um
limite de uso das redes sociais, e se for o caso, procura ajuda da
psicoterapia.
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Parabéns! No mundo atordoado que a nossa classe vive, abarrotada de serviços, Deus coloca um ser iluminado como vc para nos ajudar. Gratidão!
ResponderExcluirQue bom que gostou. São mensagens como a sua que me fazem continuar com esse blog.
ExcluirFico grato pela mensagem.
Forte abraço
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