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Remígio-PB, Paraíba, Brazil
Mestre em Letras pela UEPB e professor de Língua Portuguesa do ensino médio em escola de tempo INTEGRAL. Meu interesse com esse espaço é poder divulgar e compartilhar com todas e todos minhas atividades escolares e questões objetivas de português para estudos voltados para concursos públicos e o ENEM.

terça-feira, 16 de maio de 2023

SIMULADO DE PORTUGUÊS ENSINO MÉDIO ENEM

 Leia a tirinha abaixo:

 

a)      As duas expressões apresentam o mesmo significado.

b)      Em “cadeira de balanço” a preposição “de” indica a finalidade da cadeira.

c)      Em “cadeira do balanço” a preposição “do” sugere o tipo de cadeira.

d)      A expressão “cadeira de balanço” está errada, pois o correta seria “cadeira para balanço”.

e)      O efeito de humor da tira está apenas na fala do 1º quadrinho.

 

INTENSO E ORIGINAL, SON OF SAUL RETRATA HORROR DO HOLOCAUSTO


Centenas de filmes sobre o holocausto já foram produzidos em diversos países do mundo, mas nenhum é tão intenso como o húngaro Son of Saul, do estreante em longas-metragens László Nemes, vencedor do Grande Prêmio do Júri no último Festival de Cannes.

Ao contrário da grande maioria das produções do gênero, que costuma oferecer uma variedade de informações didáticas e não raro cruza diferentes pontos de vista sobre o horror do campo de concentração, o filme acompanha apenas um personagem.

Ele é Saul (Géza Rohrig), um dos encarregados de conduzir as execuções de judeus como ele que, por um dia e meio, luta obsessivamente para que um menino já morto – que pode ou não ser seu filho – tenha um enterro digno e não seja simplesmente incinerado.

O acompanhamento da jornada desse prisioneiro é no sentido mais literal que o cinema pode proporcionar: a câmera está o tempo todo com o personagem, seja por sobre seus ombros, seja como um close em primeiro plano ou em sua visão subjetiva. O que se passa ao seu redor é secundário, muitas vezes desfocado.

Saul percorre diferentes divisões de Auschwitz à procura de um rabino que possa conduzir o enterro da criança, e por isso pouco se envolve nos planos de fuga que os companheiros tramam e, quando o faz, geralmente atrapalha. “Você abandonou os vivos para cuidar de um morto”, acusa um deles.

Ver toda essa via crucis é por vezes duro e exige certa entrega do espectador, mas certamente é daquelas experiências cinematográficas que permanecem na cabeça por muito tempo.

O longa já está sendo apontado como o grande favorito ao Oscar de filme estrangeiro. Se levar a estatueta, certamente não faltará quem diga que a Academia tem uma preferência por quem aborda a 2ª Guerra. Por mais que exista uma dose de verdade na afirmação, premiar uma abordagem tão ousada e radical como Son of Soul não deixaria de ser um passo à frente dos votantes.

Fonte: (Carta Capital. n. 873, 22 out. 2015)

2.   A resenha é, normalmente, um texto de base argumentativa. Na resenha do filme Son of Saul, o trecho da sequência argumentativa que se constitui como opinião é

a)      "[...] do estreante em longas-metragens László Nemes, vencedor do Grande Prêmio do Júri no último Festival de Cannes".

b)      "Ele é Saul (Géza Rohring), um dos encarregados de conduzir as execuções de judeus [...]".

c)      "[...] a câmera está o tempo todo com o personagem, seja por sobre seus ombros, seja como um close [...]".

d)      "Saul percorre diferentes divisões de Auschwitz à procura de um rabino que possa conduzir o enterro da criança [...]".

e)      "[...] premiar uma abordagem tão ousada e radical como Son of Saul não deixaria de ser um passo à frente dos votantes".

Leia o texto para responder as questões 3 e 4:

“De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares [...]. A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros, de comprimento duma mão travessa, da grossura dum fuso de algodão, agudos na ponta como um furador. Os cabelos seus são corredios. E andavam tosquiados, de tosquia alta, mais que de sobrepente, de boa grandura e rapados até por cima das orelhas.”

Fonte: Carta de Pero Vaz de Caminha. In: MARQUES, A.; BERUTTI, F.; FARIA, R. História moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 2001.

3.      A carta de Pero Vaz de Caminha permite entender o projeto colonizador para a nova terra. Nesse trecho, o relato enfatiza o seguinte objetivo:

a) Valorizar a catequese a ser realizada sobre os povos nativos.
b) Descrever a cultura local para enaltecer a prosperidade portuguesa.
c) Transmitir o conhecimento dos indígenas sobre o potencial econômico existente.
d) Realçar o estranhamento europeu sobre os nativos e a intenção de explorar a nova terra.
e) Criticar o modo de vida dos povos originários para evidenciar a ausência de trabalho.

4.      Assinale a única alternativa ERRADA em relação ao Quinhentismo no Brasil:

a)  A carta de Caminha é considerada pela história brasileira o primeiro documento escrito no país e sobre o país.
b)  A carta de Caminha é composta por narração, descrição e argumentação.
c)  Pero Vaz de Caminha foi o único português a enviar notícias sobre do Brasil ao rei de Portugal.
d) Padre José de Anchieta escreveu tanto literatura de caráter informativo como de caráter pedagógico.
e) Gândavo foi um cronista histórico que escreveu as curiosidades sobre a terra e os costumes indígenas, descrevendo e narrando os hábitos mais chocantes e para o povo português como os rituais antropofágicos dos índios.

Leia o texto abaixo:    

MOMENTO NUM CAFÉ 

Quando o enterro passou 

Os homens que se achavam no café 

Tiraram o chapéu maquinalmente 

Saudavam o morto distraídos 

Estavam todos voltados para a vida 

Absortos na vida 

Confiantes na vida. 


Um, no entanto, se descobriu num gesto largo e 

[demorado Olhando o esquife longamente 

Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem 

[finalidade 

Que a vida é traição 

E saudava a matéria que passava 

Liberta para sempre da alma extinta. 

Autor: Manuel Bandeira


5.      Analise as afirmações que seguem, preenchendo os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso) e depois assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:

(   ) Entre as duas estrofes do poema, há uma relação de oposição quanto a visões sobre a vida. 

(   ) O uso de elementos cotidianos, por trás dos quais há uma revelação, é típico em Manuel Bandeira. 

(   ) Apesar de ser construído por versos livres, o ritmo do poema torna-se mais rápido a partir da segunda estrofe. 

(   ) A expressão “tiraram o chapéu maquinalmente” sugere uma atitude sincronizada e só por educação. 

(   ) O poema propõe uma reflexão sobre a vida e não sobre a morte. 


a)      V – V – F – V – V

b)      F – F – V – V – V

c)      F – V – F – F – V

d)      V – F – V – V – F

e)      V – V – F – F – F


Observe o quadro abaixo:

 



VOSSA MERCÊ

VOSMICÊ

MERCÊ

VOCÊ

ÔCÊ

VC

C

(J. R)

 

6.   Você é um pronome pessoal de tratamento. Refere-se à segunda pessoa do discurso, mas, por ser pronome de tratamento, é empregado na terceira pessoa (como "ele" ou "ela"). Sua origem etimológica encontra-se na expressão de tratamento de deferência vossa mercê, que se transformou sucessivamente em tantas outras variações. Sobre a variação desse pronome de tratamento analise as afirmações a seguir:

I. Esse pronome sofreu uma variação através do tempo, a qual os linguistas a chamam de variação diacrônica.


II. Esse tipo de fenômeno é raro na língua portuguesa. Dificilmente uma palavra ou expressão sofre influência do tempo como aconteceu com esse pronome.


III. A forma “você” é a representante da língua culta atual. Já as variações “vc” e “c”, típicas das redes sociais, não deveriam ser aceitas pelos brasileiros, tendo em vista empobrecer nossa língua.


IV. Fenômenos como esse provam que as línguas não são estáticas, mas sim sofrem variações provocadas por diversos fatores externos (tempo, geografia, escolar, social, etc).  


Marque a alternativa que apresenta, apenas, a(s) correta(s).

a) I e IV

b) I, III e IV

c) I e II

d) I, II e IV

e) IV apenas 


Texto para responder as questões 7 e 8:

TORRE DE BABEL

Torre de Babel é um conhecido mito narrado na Bíblia o qual conta o episódio em que as pessoas de uma cidade decidiram construir uma torre que alcançaria os céus. No mito, Deus interveio na situação, promovendo confusão na humanidade ao criar diferentes idiomas.

Os historiadores acreditam que essa história pode ter origem na Mesopotâmia e que a torre em questão seja um zigurate que foi construído na Babilônia. O mito da Torre de Babel conta que após o dilúvio (outra narrativa presente na Bíblia), um grupo de pessoas se fixou em um determinado local, decidindo criar ali uma cidade e realizar a construção de uma torre que alcançasse o céu.

O objetivo dessa construção seria impedir que as pessoas se espalhassem e tornar a torre famosa. Entretanto, Deus desceu dos céus para observar a cidade e, ao perceber o ocorrido, resolveu intervir na situação. Ele decidiu gerar grande confusão na humanidade ao criar diferentes idiomas. 

O surgimento de idiomas distintos fez com que a construção fosse interrompida, já que os seres humanos não mais se entendiam. Assim, a humanidade se dispersou. Esse mito pode ser encontrado em Gênesis 11:1-9.

(Fonte: https://www.historiadomundo.com.br/babilonia/torre-babel.htm, acessado em 05/05/2023)


7.    Através da comunicação, os seres humanos partilham diferentes informações entre si, tornando o ato de comunicar uma atividade essencial para a vida em sociedade. Desde o princípio dos tempos, a comunicação foi de importância vital, sendo uma ferramenta de integração, instrução, de troca mútua e desenvolvimento. O processo de comunicação consiste na transmissão de informação entre um emissor e um receptor que descodifica (interpreta) uma determinada mensagem. No texto bíblico acima, podemos afirmar que Deus, com objetivo de atrapalhar o plano dos homens, interveio em um dos seis elementos da comunicação, assinale a letra que mostra qual:

a)      No emissor

b)      No receptor

c)      Na mensagem

d)      No código

e)      No canal


8.      Ainda sobre o texto acima, assinale a alternativa que traz a função da linguagem predominante:

a)      Função fática, caracterizada pelo diálogo entre Deus e a humanidade.

b)      Função metalinguística, dada pela intervenção linguística feita por Deus.

c)      Função referencial, visto que traz uma explicação bíblica sobre a origem dos diversos idiomas. 

d)      Função emotiva, dada pela expressividade subjetiva de Deus.

e)      Função apelativa, visto que tenta convencer o leitor de que Deus agiu certo.

 

CAPÍTULO LIV – A PÊNDULA

Saí dali a saborear o beijo. Não pude dormir; estirei-me na cama, é certo, mas foi o mesmo que nada. Ouvi as horas todas da noite. Usualmente, quando eu perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito mal; esse tique-taque soturno, vagaroso e seco parecia dizer a cada golpe que eu ia ter um instante menos de vida. Imaginava então um velho diabo, sentado entre dois sacos, o da vida e o da morte, e a contá-las assim:

— Outra de menos…

— Outra de menos…

— Outra de menos…

— Outra de menos…

O mais singular é que, se o relógio parava, eu dava-lhe corda, para que ele não deixasse de bater nunca e eu pudesse contar todos os meus instantes perdidos. Invenções há, que se transformam ou acabam; as mesmas instituições morrem; o relógio é definitivo e perpétuo. O derradeiro homem, ao despedir-se do sol frio e gasto, há de ter um relógio na algibeira, para saber a hora exata em que morre.

Naquela noite não padeci essa triste sensação de enfado, mas outra, e deleitosa. As fantasias tumultuavam-me cá dentro, vinham umas sobre outras, à semelhança de devotas que se abalroam para ver o anjo-cantor das procissões. Não ouvia os instantes perdidos, mas os minutos ganhados.

 Fonte: ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992 (fragmento).

 

9.     O capítulo apresenta o instante em que Brás Cubas revive a sensação do beijo trocado com Virgília, casada com Lobo Neves. Nesse contexto, a metáfora do relógio desconstrói certos paradigmas românticos, porque

a) o narrador e Virgília não têm percepção do tempo em seus encontros adúlteros.

b) como “defunto autor”, Brás Cubas reconhece a inutilidade de tentar acompanhar o fluxo do tempo.

c) na contagem das horas, o narrador metaforiza o desejo de triunfar e acumular riquezas.

d) o narrador compara a duração do sabor do beijo à perpetuidade do relógio.

e) o relógio representa a materialização do tempo e redireciona o comportamento idealista de Brás Cubas.

 

Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo os brasileiros, se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o cavaquinho de Pórfiro, acompanhado pelo violão do Firmo, romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada mais que os primeiros acordes da música crioula para que o sangue de toda aquela gente despertasse logo, como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E seguiram-se outras notas, e outras, cada vez mais ardentes e mais delirantes. Já não eram dois instrumentos que soavam, eram lúbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem serpenteando, como cobras numa floresta incendiada; eram ais convulsos, chorados em frenesi de amor: música feita de beijos e soluços gostosos; carícia de fera, carícia de doer, fazendo estalar de gozo.

Fonte: AZEVEDO, A. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1983 (fragmento).

 

10.  No romance O Cortiço (1890), de Aluízio Azevedo, as personagens são observadas como elementos coletivos caracterizados por condicionantes de origem social, sexo e etnia. Na passagem transcrita, o confronto entre brasileiros e portugueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois

a)      destaca o nome de personagens brasileiras e omite o de personagens portuguesas.

b)      mostra o poder envolvente da música brasileira, que cala o fado português.

c)      exalta a força do cenário natural brasileiro e considera o do português inexpressivo.

d)      destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário à tristeza dos portugueses.

e)      atribui aos brasileiros uma habilidade maior com instrumentos musicais.

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